Setembro Amarelo: Como as empresas podem ajudar durante o distanciamento social?

Líderes que abrem espaço para conversas e estimulam o diálogo entre a equipe podem fazer a diferença 

No mês da campanha de prevenção ao suicídio, precisamos falar sobre esse assunto que ainda é tratado como tabu, principalmente agora com o distanciamento social, em que as pessoas estão trabalhando de casa e perdendo grande parte do vínculo coletivo. O cenário pode parecer desafiador, mas a questão principal é que o cuidado com as pessoas, mesmo à distância, deve ser mantido. Pode até faltar o abraço, mas não devemos deixar de mostrar através de palavras e olhares o quão é importante esse contato. Uma conversa por telefone ou uma vídeo-chamada é uma sugestão de cuidado que devemos ter com amigos e familiares a nossa volta. Não sabemos a dor do outro. Por isso, sempre que possível, é importante abrir espaço para diálogos sobre o assunto de forma direta ou questões que possam estar afligindo nossos interlocutores, – aqueles que mais possam estar precisando de nosso apoio e atenção. 

Desde 2015, no Brasil, a campanha “Setembro Amarelo” busca divulgar informações a respeito do tema, como forma de prevenção.

Essa conscientização traz para dentro das empresas um olhar mais atento dos gestores que buscam maneiras de interação entre os colaboradores para que, com um diálogo mais aberto, se sintam à vontade para falar a respeito da vida profissional e pessoal e muitas vezes de algo que os aflige.  

A preocupação com o bem-estar dos profissionais é de extrema importância. Quando uma equipe se sente confortável no ambiente de trabalho, os bons resultados aparecem. Proporcionar este ambiente acolhedor também é responsabilidade de uma boa gestão.

O segredo está em “dialogar” e esse processo começa com os líderes e gestores contando as próprias experiências de forma atenciosa para gerar um envolvimento maior da equipe. A partir do momento em que os colaboradores se sentem confortáveis, o engajamento é consequência. Quando essa iniciativa tem vivência dos gestores, estabelece-se também alto grau de confiança entre os colaboradores. É preciso ter em mente que essas são atitudes que podem ajudar as pessoas, que estão em uma situação frágil, a buscarem ajuda. É importante que os líderes estejam preparados para acolher e lidar com situação como essa da melhor forma possível.

Essas ações devem ser pensadas e estruturadas, mas também ressaltando que o acompanhamento médico é fundamental.

Segundo a pesquisa “Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19”, divulgada recentemente pela Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à USP, 75% das empresas desenvolveram ações de apoio psicológico aos funcionários desde o início da pandemia. Sabemos que esse é um grande passo para ajudar quem está passando por alguma dificuldade psicológica e mostra um cuidado real com as pessoas. Existem centros especializados que podem fazer a diferença na vida das pessoas em todos os momentos. Mas sobretudo agora, num momento como o que estamos vivendo, cuidar das pessoas e buscar apoio especializado quando necessário pode ser a diferença para quem precisa de um auxílio. Vamos promover a vida e a empatia entre as pessoas. Vale muito a pena!

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