Quando o Brasil foi desclassificado na Copa do Mundo da Fifa 2022, em partida contra a Croácia, chamou a atenção dos torcedores a falta do técnico Tite, que se retirou para o vestiário enquanto os jogadores continuavam no campo lamentando a derrota. A postura, para muitos, soou como símbolo da ausência de liderança firme e colaborativa na Seleção Brasileira. E de fato, em situações de perda, os líderes devem estar atentos para manterem uma postura madura e equilibrada, não deixando suas equipes lidando sozinhas com as dificuldades encontradas.
Sabe-se que um bom líder não é apenas aquele que delega, dá ordens, mas que se envolve de fato nos processos, e participa ativamente em busca de resultados. Quando o trabalho é frustrado, sem alcançar as metas desejadas, o líder deve se manter fiel à sua função e continuar atuando para estimular a rápida recuperação dos liderados. Em situações difíceis, não pode haver um vácuo de liderança. As equipes precisam de uma referência de força e racionalidade para que consigam retomar seus trabalhos com o mesmo empenho de antes.
Uma postura derrotista por parte do líder pode fazer com que as equipes não tenham a motivação necessária para seguir adiante na busca por novas conquistas. É como se entrasse em um ciclo de derrotas, em que uma se desencadeia em outra. E é válido pontuar que as ações e atitudes são mais relevantes que os discursos. Nada vale dizer palavras positivas e motivacionais se as suas atitudes não as corroboram. As pessoas sabem, muito bem, ler sua postura diante das derrotas, e isso pode ser determinante para o futuro dos negócios. É preciso saber reagir e motivar.
Certamente, não se pode esperar que líderes ignorem suas próprias fragilidades, frustrações e inseguranças, mas é necessário equilíbrio para que os demais não percam o propósito de seu próprio trabalho. Demonstrar fraqueza pode ser também uma forma de gerar empatia e identificação com as equipes, mas há aí um limite, pois essa demonstração não pode significar entrega à derrota e não lutar mais, enfim, desistir. No campo da gestão de pessoas e das decisões, é imprescindível uma atuação mais racional, porque as emoções podem nos levar a caminhos imprevisíveis. Mesmo que o líder se sinta pessoalmente triste, ele deve manter-se de cabeça erguida, para gerar confiabilidade e não deixar que os outros percam a esperança.