Você já parou para pensar como nossos políticos e empresários devem ter estruturado suas escolhas e decisões? E nós? Como está o nosso processo de decisão? Será que não estamos promovendo resultados terríveis a nossa volta, sem atentarmos para as consequências, por serem difusas e, de certa maneira, distantes de nós? Você sabe diferenciar decisões fáceis e difíceis?
O “Processo Decisório” é um assunto que me interessa muito e tenho estudado com frequência. Pesquisando vários materiais e estudos de antigos filósofos, encontrei uma entrevista da sábia e saudosa escritora Cora Coralina. Além de seus maravilhosos poemas e contos, me deparei com duas questões interessantes que ela destacou:
Primeira: “Aos 50 anos, decidi não ter mais MEDO”.
Segunda: “Aprendi, ao longo de minha vida, que o mais importante é DECIDIR”.
Você conhece seu inimigo?
Porque trago a questão do medo à evidencia, dito por esta sábia mulher? Porque este é o sentimento que nos faz tomarmos decisões fracas em nossas vidas ou, até mesmo, não tomarmos nenhuma decisão.
O medo é o grande responsável pela nossa paralisação num processo decisório. Nos leva a não decidir. É o decidir por não decidir, permitindo que os outros tomem a decisão por nós.
Muitas vezes, o medo nos faz usar “corta-caminhos”, ou seja, soluções que não nos levarão a um resultado sustentável, sem efeitos benéficos no longo prazo. Também, por não avaliarmos melhor as possíveis escolhas, pensando mais sobre as alternativas e suas consequências.
Mas como decidir melhor? Como fazer melhores escolhas em nossas vidas?
O que são decisões fáceis e difíceis?
Aprender a decidir melhor é um processo longo, que demanda muita dedicação. Eu pretendo oferecer, aqui neste blog, alguns elementos para te guiar e te ajudar a tomar melhores decisões.
Para começar, é preciso deixar claro que existem decisões fáceis e difíceis. E estamos lidando com elas diariamente! Você sabe como diferenciá-las?
O que é uma decisão fácil?
Acredito que não preciso definir o que é uma decisão fácil. São justamente aquelas que te dão menor liberdade de escolha.
Imagine a seguinte situação: o despertador toca e você logo pensa: “devo levantar agora ou posso ficar mais uns minutinhos?”. A decisão é fácil, porque você irá escolher o que tem mais valor, com resultado imediato. Como por exemplo “vou me levantar imediatamente porque tenho reunião na primeira hora e não posso me atrasar.” É fácil enxergar a consequência.
Viu? Decisões fáceis, geralmente, têm poucas opções e, consequentemente, menos liberdade de escolha.
O que é uma decisão difícil?
E as decisões difíceis? Quem aqui nunca se viu decidindo por sua profissão ainda adolescente?
Decisões difíceis, são aquelas com mais liberdade de escolha, cuja consequência demora por longo intervalo de tempo, ou pode apenas se manifestar num futuro distante – difícil de prever.
Imagine que você goste muito de avião, por exemplo, e precisa escolher uma carreira. Você pensa: “devo ser piloto ou engenheiro aeronáutico?”.
Estas são as decisões que nos paralisam! Geram momentos tensos, pois a incerteza assusta. Acende a manifestação do nosso inimigo: o medo. As vantagens, ganhos, desvantagens e rupturas aparecem aos montes e nós, simplesmente, não sabemos por onde seguir…
Quer outro exemplo? Imagine alguém que adora cuidar de pessoas, mas tem um talento incrível para música. Qual a melhor escolha de carreira, ser um músico profissional ou médico?
Consegue perceber as diferenças entre decisões fáceis e difíceis?
Como lidar com as decisões?
Perceba os truques que a vida nos traz. Decisões fáceis nos trazem menor liberdade de escolha e nos sentimos tranquilos ao decidir. Mas nós sempre desejamos a liberdade, certo?
Decisões difíceis nos apresentam maior liberdade de escolha, entretanto esta liberdade nos paralisa. Nos afeta pelas inúmeras possibilidades e consequências de longo prazo, que nos sinaliza com incertezas, com imprevisibilidades.
Aproveito para destacar uma palavra muito importante: consequências… É preciso ter tudo isso sempre em mente e refletir muito antes de tomar qualquer decisão difícil!
Hoje encerro por aqui, mas deixo a seguinte sugestão de reflexão, para darmos continuidade no próximo post, na próxima semana:
Estamos pensando mais antes de fazermos nossas escolhas e tomarmos a melhor decisão possível? De verdade? Estamos avaliando corretamente as consequências de nossas decisões?
Em breve publicarei um livro baseado nestas reflexões, A Contrapartida. Reserve um tempo e pense mais sobre isso. Assim você conseguirá compreender melhor como lidar com a liberdade em decisões difíceis. Aproveite para compartilhar suas ideias e opiniões no espaço de comentários logo abaixo. 😉
Te espero na próxima semana, para aprofundarmos ainda mais nossa reflexão. Até breve, com um caloroso abraço!
Uranio, excepcional “passeio” sobre aquilo que, de uma forma ou de outra, nos é sempre cobrado na vida: o medo e as decisões. Obrigado por abrir esse tão importante tema! Parabéns pelo texto!
Uranio, de fato muitas vezes temos medo de decidir, mas ao ficarmos paralisados, estamos tambem tomando uma decisão, que as vezes, não é a melhor. Mas vejo muito isto nas empresas. Excelente sua abordagem, principalmente ao colocar o medo como fator de decisão ou indecisão.
“Quem tem medo, tem limites” prefiro não ter limites e sim coragem, somada com com inteligência e muita, mais muita vontade de trabalhar….. Uranio belo e interessante tema abordado, parabéns
Olá Vanessa, bom dia e muito obrigado por interagir. O fato de você somar seu trabalho ao uso da inteligência, mostra que você pensa antes de decidir. Excelente trabalho!
Forte abraço e muito obrigado mais uma vez.