Estamos a poucos dias da Copa do Mundo, considerado um dos maiores eventos esportivos do planeta.
E, como não poderia ser diferente, os brasileiros estarão unidos na torcida para apoiar a seleção. Mas, se na competição passada os olhos estavam voltados para Neymar, neste ano as atenções estão depositadas no chefe da equipe: Tite.
É na sua capacidade de comando que está direcionada a principal esperança brasileira de título. Mais do que confiar em estrelas que ganham milhões, os brasileiros acreditam no potencial de um técnico com experiência prévia comprovada, estilo único de motivar atletas, autocontrole em momentos difíceis e de grande conexão com a torcida.
O gaúcho de 56 anos, aliás, descobri que tenho a mesma idade dele, atingiu tamanha popularidade que em uma recente pesquisa foi apontado como a opção de 15% dos brasileiros para o cargo de presidente da República. É claro que, assim como no futebol, cada um deve ocupar a sua devida posição. Misturar esporte com política, como já vimos em outras situações, nem sempre pode ser o caminho mais apropriado. Mas o fato é que o perfil do técnico caiu no gosto popular.
E isso se deve a algumas características próprias de um líder.
Cito algumas:
1 – Assumir responsabilidade pelo resultado
Quando voltamos os olhos para o mercado de trabalho, é comum encontrarmos líderes que ao obter resultados positivos atribuem para si o merecimento. Porém, quando o cenário é negativo a equipe acaba sofrendo as consequências. É a velha máxima: a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.
Para ter a equipe na mão, é preciso que o líder tenha a grandeza de estar junto a seu time nos momentos bons e ruins.
2 – Defender a equipe de situações dentro e fora de campo
Identificar que um comandado está em má-fase é também responsabilidade de um bom líder. Sabemos que vida pessoal e profissional caminham juntas. Por isso, ter uma aproximação da equipe, entender possíveis fragilidades e apoiar nos momentos difíceis fortalecem o espírito de união.
3 – Motivar a equipe a superar os desafios. Não apenas atletas como todo o staff
A competitividade por resultados pode tornar os dias mais estressantes. A busca por resultados cada vez mais desafiadores exigem do líder a identificação de talentos individuais. É preciso que cada jogador esteja na posição que rende melhor. Por isso, a motivação deve ser frequente no ambiente de trabalho, não apenas na equipe diretamente envolvida no projeto, mas em todo o staff. Percebem por que estamos de olho no técnico e não mais em um jogador?
4 – Discutir tática com outros técnicos brasileiros e também com a equipe, mostrando-se aberto a críticas e também convicto de suas opiniões.
Winston Churchill, primeiro-ministro inglês, certa vez teria dito: “Em uma reunião ministerial, gosto de ouvir a opinião de todos os presentes. Desde que, ao final, todos concordem comigo”. Dono de um humor sarcástico, é quase certo que a frase tenha sido proferida em tom de brincadeira, afinal estas reuniões ministeriais acabam tendo seus temas decididos em consenso – logo, Churchill também tinha que fazer suas concessões para que todos concordassem. Porém é muito comum identificar líderes que não abrem para suas equipes a oportunidade de opinar sobre as decisões do time – não ouvem! Tomam medidas impositivas e não consultam nem os pares de mesmo nível hierárquico. Se você se identificou com esse parágrafo, é importante rever suas ações.
5 – Perfil discreto que deixa os resultados falarem por si.
Adotar um estilo de marketing pessoal muito agressivo pode ser visto de maneira negativa. O bom líder mostra sim seu trabalho, porém os resultados falam mais alto. Contra fatos não há argumentos.
Por isso, entre uma partida e outra da Copa do Mundo, aproveite para observar o perfil do técnico da seleção e, a partir dos exemplos em campo, transporte algumas de suas boas atitudes para o seu dia a dia no trabalho. Não deixe de avaliar como ele escolhe e como toma decisões. Teremos inúmeras lições a tirar de seu estilo!