Imagine a seguinte situação: o ano é 2005 e você decidiu se aventurar Brasil adentro apenas com alguns reais no bolso e uma mochila nas costas.
A ideia não é gastar dinheiro com ônibus, avião ou gasolina, mas sim se locomover com caronas à moda antiga. O u seja, na beira de uma estrada e com o polegar a prumo, à espera de um motorista generoso.
Apesar de ser algo praticado há muito tempo, ainda é possível encontrar pessoas que se locomovem assim. Mas um novo conceito de carona, possibilitado por aplicativos que ajudam na mobilidade urbana, tem ganhado cada vez mais adeptos.
Hoje, o conceito de economia colaborativa ganha espaço. Apps como o Blá Blá Car transformou a carona em prática tecnológica. Há pouco mais de um mês, a Waze anunciou a chegada da função Waze Carpool no Brasil. Ela permite aos usuários do aplicativo pegar caronas com pessoas que tenham um trajeto semelhante ao seu.
A ideia da ferramenta é desafogar o trânsito das grandes cidades do Brasil. O segundo país com mais usuários da plataforma, atrás apenas dos Estados Unidos.
Portanto, a ideia da colaboração não é apenas uma tendência e tampouco um ponto reativo à crise econômica. É uma onda socioeconômica que está transformando a forma como as empresas pensam em como criar e entregar novos valores para uma sociedade efervescente em velocidade de consumo e locomoção.
A decisão da Waze em criar esta nova função é uma estratégia para sobreviver à volatilidade de mercado. Em um cenário em que a Uber, 99, Cabify e a Blá Blá Car vêm aproveitando o nicho de mobilidade urbana e economia colaborativa para crescer com os seus aplicativos de transporte, a Waze teve que encontrar uma nova solução para estar a par dos seus concorrentes.
Assim, o modelo que transformou a carona em prática tecnológica que, no início gerou desconfiança e receio que poderia ser um entrave ao mercado, hoje é uma das bases da nova economia, do mercado livre e da vantagem competitiva das empresas. Apesar dos vários entraves de regularização, um governo burocrático e sindicatos fortes, são incapazes de impedir o seu avanço.
Independente do que aconteça nos bastidores do mercado e da legislação, espero que a economia colaborativa realmente ajude em soluções inteligentes e eficientes de locomoção em cidades grandes. E você, já escolheu? Já decidiu? Vamos pegar carona nessa nova onda?