É possível manter uma cultura corporativa no trabalho híbrido?

À medida que chegamos ao segundo aniversário da pandemia e muitos funcionários de empresas permanecem remotos, companhias estão lutando para manter a cultura corporativa quando o escritório não está mais no centro do palco. A definição de cultura da empresa pode ficar difícil de entender quando a empresa como espaço físico não é mais um lugar em que a maioria das pessoas vai todos os dias.

Para muitos empregadores, uma das grandes preocupações sobre o trabalho híbrido tem sido como eles irão gerenciar as diferentes culturas que surgem à medida que a equipe – e não o escritório – se torna ainda mais central.

Segundo o consultor de estratégias de recursos humanos Michael Burchell, a tarefa dos CEOs e CHROs (Chief Human Resources Officers) está mudando rapidamente. Ao invés de gerenciar a cultura de uma empresa, a preocupação é gerenciar microculturas. “À medida que as equipes individuais decidem cada vez mais onde trabalham – e quando – não teremos mais uma cultura monolítica”. 

Também segundo Burchell, é essencial estudar maneiras de oferecer flexibilidade aos funcionários para evitar o burnout. “Ficou mais difícil identificar se as pessoas estão em conflito. As vantagens do escritório – mesas de pingue-pongue e locais para refeições – devem ser substituídas pelos seguintes questionamentos: ‘os funcionários estão exaustos?; se sentem sobrecarregados?; se sentem valorizados?’.”

Investimento em flexibilidade e bem-estar

Dar às equipes a capacidade de decidir em quais dias querem trabalhar presencialmente parece ser a aposta da vez. 

Na empresa de alimentos General Mills, cerca de 80% dos funcionários corporativos estão trabalhando em um horário híbrido, em que certos dias ou horas não são obrigatórios, mas decididos por equipes individuais e revisados ​​a cada três meses.

Na Southern Company, empresa de utilidades elétricas e abastecimento de gás, o número de dias presenciais é decidido por equipes, com a maioria dos funcionários corporativos trabalhando de dois a três dias por semana “híbridos” – em casa, parcialmente em casa ou se hospedando com a equipe em um local externo – e os outros dias no escritório.

Já a empresa PayPal utilizou reuniões virtuais para reforçar as prioridades da empresa, trazendo mais palestrantes para enfatizar questões de diversidade, investindo em treinamento de desenvolvimento e suporte de aconselhamento e adicionando seis “dias de bem-estar” no ano passado, quando todos se desconectaram do e-mail e se “desligaram” ao mesmo tempo para ajudar a gerenciar o burnout.

Segundo o CHRO da empresa, Kausik Rajgopal, “em última análise, você é o que você faz, não o que você diz. Em certos momentos, temos que ser criativos”.

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