À medida que os líderes em todo o mundo lidam com a crise do COVID-19, vale lembrar de que, em tempos de maior ansiedade e estresse, devemos mudar a maneira como lideramos.
Governos, instituições e empresas estão se esforçando para lidar com um cenário altamente incerto e em uma rápida evolução. A mudança, especialmente durante as crises, gera incertezas, indefinições pelas rápidas alterações de cenário e frustra as expectativas das pessoas em relação ao futuro, gerando medo, – reduzindo seu senso de controle e sua capacidade de processar informações. Transformando todos esses excessos em ansiedade, angústia e estresse, a parte do cérebro que lida com as emoções, desabilita o sistema cognitivo que analisa e interpreta o comportamento, resultando em pânico e um estado mental “protetor” e reativo.
Uma pesquisa feita recentemente pela Universidade Médica Naval de Shangai, mostrou que até 20% dos habitantes da nação asiática apresentam sinais de transtorno de estresse pós-traumático (TSPT), um distúrbio psiquiátrico que também prevaleceu no país após a epidemia de síndrome aguda respiratória grave (Sars) em 2003. Essa resposta de “luta, fuga ou congelamento” remonta aos tempos pré-históricos, quando os seres humanos constantemente precisavam estar atentos ao perigo para sobreviver.
A chave é envolver seu pessoal da maneira certa, ocupar-se e investir no bem-estar de todos.
Aqueles que lideram devem ajudar a comunidade a passar por essa reação previsível e ajudá-la a manter a calma e controle, – a autoestima, mesmo que de forma indireta sobre a situação. Provendo o auxílio necessário às necessidades básicas dos cidadãos que estão em uma linha de frente mais vulnerável da sociedade, e que não puderam aderir ao ‘fique em casa’ porque são indispensáveis no trabalho para manter a cidade funcionando ou os negócios de pé, independentemente da atividade que exerçam.
Com isso em mente um líder deve zelar pelo seus times, por aqueles que sempre estiveram ao seu lado ou na linha de frente, deve criar oportunidades, apresentar o lado bom das provações, sem perder o contato com a realidade. Deve fazer mais por toda a comunidade ao seu redor, procurando estar atento às necessidades que se apresentam a cada dia. É disso que o mundo vai precisar agora, – de colaboração! Uma frase de ‘O monge e o executivo’, me marcou e acho que se encaixa no contexto do que estamos vivendo “A capacidade real de liderança não tem nada a ver com a personalidade do líder, as suas posses ou o seu carisma, mas sim com a forma como ele é enquanto pessoa. Eu achava que liderança era estilo, mas agora sei que liderança é essência, ou seja, caráter”.
A preocupação com os colaboradores em todos os sentidos, tanto emocional quanto material, é o que vai mostrar em meio a essa pandemia a verdadeira capacidade e caráter de cada líder. Mãos à obra e vençamos mais este enorme desafio!