Gosto de ler. É um dos meus hábitos. Faz parte do meu dia a dia me atualizar dos fatos e entender um pouco mais do cenário atual.
De tudo que leio, tenho preferência por textos que apresentam mais perguntas do que respostas. É, para mim, uma forma de estimular a reflexão. Também, despertar o raciocínio para melhor compreender as situações do nosso cotidiano. Este artigo, portanto, seguirá esse estilo, levando até você questionamentos no lugar de conclusões.
Na última semana, uma notícia que muito chamou minha atenção e de boa parte da crônica política. Foi o inusitado apoio do chamado “Centrão” à candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República. Bloco formado por um amontoado de siglas. Pelos partidos políticos PP (Partido Progressista), DEM (Democrata), PR (Partido da República), PRB (Partido Republicano Brasileiro), SD (Solidariedade), dentre outros, fechou acordo para integrar a chapa do tucano. conferindo a ele 40% do tempo de televisão e, a princípio, mais palanques nos estados.
Quem acompanha o cenário político sabe que o apoio do Centrão, ao longo dos últimos meses, pendia para dois lados: à direita com Jair Bolsonaro e à esquerda com Ciro Gomes.
Muitas negociações, conversas, costuras foram feitas com o claro objetivo de, falando o bom português, barganhar tempo de televisão e rádio. As pesquisas de intenção de voto, que colocavam ambos os candidatos entre os favoritos do eleitor, pavimentavam a condução desse acordo.
Mas aí, Geraldo Alckmin – um candidato até então desacreditado dentro do próprio partido entra nessa disputa e leva o Centrão para a sua campanha. A notícia pegou a todos de surpresa. Hora após o anúncio, Bolsonaro e Ciro, ao melhor estilo de “quem desdenha quer comprar” foram a imprensa dizer que jamais fechariam apoio com políticos que integram esse grupo.
Ao que tudo indica, a corrida presidencial deve ter seu curso alterado. O ex-governador de São Paulo terá 2,5 minutos no Horário Eleitoral, o maior espaço para apresentar suas ideias, propostas e a si próprio. Já que boa parte do eleitorado brasileiro o desconhece. Bolsonaro, por exemplo, ficará com apenas oito segundos.
Agora, como prometido no início do texto, vou às perguntas:
O que teria motivado o Centrão a mudar completamente de rumo e tomar a decisão de embarcar em uma candidatura com menos de 10% de intenção de voto segundo as pesquisas?
Normalmente, em países mais evoluídos, as associações políticas se dão por afinidade ideológica. Será que, em algum momento, a sincronia de ideias foi um fator decisivo para esse acordo? Os 164 deputados que compõem o “Centrão” fecharam este acordo pensando no que pode ser melhor à nós? Ao Brasil?
Mas ainda, outra questão que considero fundamental é se, em alguma reunião, propostas para melhoria do país foram colocadas na mesa. Será que essa tomada de decisão foi movida pelas ideias em comum dos grupos políticos para melhorar a saúde, a educação, a segurança, reduzir a carga tributária e definitivamente reduzir o peso do setor público para o cidadão brasileiro?
Será que não precisamos ficar de olho e marcação cerrada sobre este grupo do “Centrão”, promovendo sua reciclagem, quando o interesse das pessoas que o compõe, parece sobrepor os anseios da Nação? Afinal em sua história, este grupo mostrou compor a maioria da Câmara. E com qual interesse?
Para finalizar, pergunto, sem julgar quem pode ser melhor ou pior ou menos pior. Qual o preço que teremos de pagar por essa decisão? Qual a contrapartida? Fosse outro candidato a ter feito este acordo com o “Centrão”, qual seria a consequência? Tenham certeza de uma coisa: a contrapartida será nossa.
Uranio estou de acordo, nao sabemos o quanto mas nós pagaremos
É Carlos, esses acordos nos têm custado caro…