Uranio Bonoldi aponta os primeiros passos que darão até às menores empresas condições de reduzirem seus impactos socioambientais e adquirirem boas práticas de governança
As pautas ESG (meio ambiente, responsabilidade social e governança) estão cada vez mais em voga. Porém, nem todas as empresas, pelo seu porte, têm plenas condições de desenvolver um departamento exclusivo de ESG. Ainda assim, é possível – e recomendável – que gestores de empresas de todos os portes façam avaliações internas para aplicar os conceitos dentro de cada área, da maneira que o porte da companhia permitir. Uranio Bonoldi, especialista em carreira, negócios e tomada de decisão, aponta o que se deve fazer em cada um dos pilares de ESG para que as empresas estejam melhor adequadas a essas práticas:
- Governança corporativa: ética
Segundo Bonoldi, autor de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, as práticas de governança não devem estar restritas a empresas de grande porte. “Até os menores empreendimentos, com gestores em início de carreira, podem ter as melhores iniciativas nesse campo. Tudo o que precisam é de princípios éticos bem definidos”, aponta. Para o autor, é necessário que administradores se questionem quais são os valores da instituição e busquem ações práticas no dia a dia para que as atividades da empresa estejam de acordo com tais valores. “Sabendo, por exemplo, que a transparência é um importante pilar da empresa, ela deve ser promovida nas relações entre todas as partes que se envolvem com a empresa”, diz.
- Responsabilidade social: princípio da boa convivência
É importante que gestores reconheçam que seus negócios impactam e são impactados, em maior ou menor grau, tanto pelas comunidades ao seu redor quanto pela sociedade como um todo. “As empresas, são geridas e operadas por humanos. Os negócios só existem por conta das relações humanas”, frisa Bonoldi. Sendo assim, cada pessoa envolvida nos processos da empresa – de colaboradores a clientes, até moradores do entorno e quaisquer outros que se relacionem de forma direta ou indireta com os negócios, devem ser respeitados. “Isso vale desde a valorização dos profissionais, com boas condições de trabalho, ao trato humanizado com os clientes e prestadores de serviço, até a minimização de danos para a comunidade, como redução de ruídos sonoros, por exemplo. Cada empreendimento deve reconhecer seus impactos e buscar formas de contribuir para uma sociedade mais harmoniosa”, pondera o escritor.
- Meio ambiente: desperdício zero
Qualquer gestor sabe que desperdício de água, energia elétrica e materiais é um problema, uma vez que traz um impacto direto nas contas da empresa. Fato é que todo tipo de desperdício traz aumento na demanda por recursos naturais, que é um dos maiores desafios das pautas ambientais atualmente. “Se você quer que sua empresa trabalhe de forma inteligente, analise os processos de sua empresa e verifique como os desperdícios podem ser evitados, desde papéis do escritório até matéria-prima que se usa na manufatura de um produto. Isso é mais uma questão de estratégia e inteligência, e não um investimento específico em soluções sustentáveis”, diz Bonoldi. A promoção de práticas circulares, reaproveitando materiais da própria empresa ou de outras, é também uma solução recomendável. “Evitando desperdícios, e consequentemente reduzindo a geração de resíduos, os negócios já terão seus impactos ambientais minimizados. Se cada empresa contribuir com o que está a seu alcance, grandes evoluções o mundo terá”, finaliza.
Sobre o autor:
Uranio Bonoldi é palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO. É autor dos thrillers da saga “A Contrapartida” e de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP.
Parabéns Urânio! Muito bom seu artigo!