Deixei uma pergunta no ar no post anterior, pois ela deve ser feita sempre que nos depararmos com as decisões difíceis. Qual o movimento de suas escolhas? Porém, antes de avançar, gostaria de recapitular os nossos passos até aqui.
Já definimos bem o que são decisões fáceis e o que são decisões difíceis e os elementos que compõe cada uma delas. Também já ficou claro que é preciso mirar as consequências de nossas possíveis escolhas. E já ensinei você a pensar mais e praticar o uso da razão, buscando a solitude, para encontrar respostas baseadas em nosso SER.
Agora é preciso destacar o movimento. Me refiro ao movimento para cada uma das alternativas que temos, entre sua origem e sua consequência.
Quer um exemplo? Suponha que uma pessoa relativamente conhecida te convide para dar uma volta no iate dela. Aposto que você jamais pensaria em identificar a origem das ações que permitiram esse indivíduo possuir este iate.
Não que as pessoas não possam ter jatos, iates, carros ou seja lá o que for. Mas pensemos na origem. Aquele bem foi conquistado de que maneira? Lícita ou à custa de vidas, de privações de uma série de pessoas, de sofrimentos, de passar alguém para trás e por aí vai.
Isso não é difícil de descobrir, basta uma rápida pesquisa, consultar quem conhece o anfitrião por mais tempo, e será fácil identificar a origem do bem. A partir daí, é decidir em aceitar ou não o convite, de acordo com sua origem e de seus valores.
A origem de suas escolhas deve respeitar seus valores
Meu conselho é: se a origem é duvidosa, obscura, não precisamos continuar a análise. Não é preciso mirar na consequência, pois, quase certeza, os efeitos em aceitar a “gentileza” serão ruins ou, no mínimo, não terá servido de nada. E, sem querer parecer radical, sabe-se lá o que poderá acontecer, provocando marcas profundas para o resto de sua vida.
Outro exemplo? Imagine alguém te convidando a entrar em sociedade, bastando investir metade do dinheiro, sem precisar se preocupar em tocar o negócio. Você aceita? Faça a pergunta-chave e busque entender a origem do recurso do seu potencial sócio, ou porque ele tocaria o negócio sem que você precise se preocupar e por aí vai…
Faça estas 3 perguntas antes de tomar uma decisão!
Desenvolvi um modelo de processo de decisão que poderá te ajudar a identificar o movimento de suas escolhas, para tomar melhores decisões. Ele consiste basicamente de três perguntas muito simples:
1) Qual a essência?
Com base no “SER” de Platão, no uso da razão, ou no “TER”, do animal primitivo, instintivo, baseada na satisfação imediata do corpo e dos nossos sentidos.
2) Qual o propósito?
Está apoiado no EU ou no NÓS. Está buscando um bem coletivo ou única e exclusivamente a satisfação pessoal.
3) Qual o movimento?
Qual a origem e qual a consequência das possíveis escolhas e da decisão final.
Você pode chegar a todas estas respostas pensando mais. Refletindo melhor, em estado de solitude.
Espero que você, de verdade, reflita mais sobre sua vida, seus caminhos. E que pratique tudo o que sugeri até aqui, nesta série de posts sobre o processo decisório. Nossa jornada mal começou, ainda temos muito o que discutir, refletir e partilhar.
Compartilhe suas ideias, opiniões, sugestões e o que mais desejar em nosso espaço de comentários. Te espero nos próximos posts, até lá!