Nas últimas semanas falei sobre carreira, oferecendo dicas e informações a esse respeito. Mas e com relação às empresas? Será que seus controladores e suas lideranças se preocupam com a carreira e o desenvolvimento de seus colaboradores?
É muito comum os profissionais irem em busca do que é melhor para eles. Mas nem sempre essa é uma preocupação das empresas e de seus gestores. Neste ponto pode estar a causa-raiz dos ambientes tóxicos a que me referi nos posts anteriores. E por que será que isso acontece?
Acho importante começar discutindo a primeira questão que levantei no início deste post…
Será que as empresas se preocupam com seus colaboradores?
Seria necessário realizar uma pesquisa e uma análise mais profunda para uma resposta assertiva sobre este ponto. Entretanto, posso responder em parte, de acordo com minha experiência nas consultorias, que realizo há alguns anos, e pelas experiências acumuladas como executivo.
Destaco dois principais sintomas, que podem denotar uma empresa “problemática” com relação à gestão de pessoas: um, é óbvio – a alta rotatividade de funcionários e o outro, a baixa assertividade no atingimento de metas globais da empresa, levando-a, sistematicamente, a atingir resultados aquém das expectativas. Se sua empresa sofre com isso, o sinal de alerta deve ser ativado e, provavelmente a causa está na liderança e em suas equipes! Há inúmeras razões para isso acontecer e falaremos sobre elas mais adiante.
A questão agora é enumerar os pontos que nos faz avaliar se as empresas se preocupam de verdade com seus colaboradores ou não. Vamos a eles:
- Seus líderes estão bem preparados para gerir equipes? A liderança tem a função de gestão de pessoas como uma dentre suas várias competências?
- A missão, visão e os valores corporativos estão apenas no papel ou são disseminados por toda a organização e praticados pelos seus líderes?
- Existe um claro clima de confiança entre as equipes e os colaboradores de maneira geral? Este ponto é medido na organização?
- Há muita fofoca e reclamação no ambiente de trabalho?
- O que mais define a empresa: a colaboração ou o velho ditado “manda quem pode e obedece quem tem juízo”?
- Há um programa de desenvolvimento profissional bem definido?
- Existe um método de apreciação (180° ou 360°) criterioso e, mais uma vez, que seja aplicado periodicamente ou existe apenas no papel e o que vale fica no campo subjetivo dos líderes para com seus liderados?
- Seus colaboradores conseguem separar a vida pessoal da vida profissional?
Estes são apenas alguns aspectos que podemos nos valer para avaliar e checar o valor que cada empresa dá aos seus funcionários. Contudo, não são todas as empresas que podem e têm a capacidade de aplicar vários programas de desenvolvimento profissional. Porém, se analisarmos bem, chegaremos ao ponto que mais demonstra o valor dado aos colaboradores: CONFIANÇA! E para esta prática, confiança organizacional, não existe tamanho de empresa. Existe sim o desafio para a necessidade de sua prática e disseminação entre as equipes.
Confiança é a base de uma empresa de sucesso!
Mas, o que mais causa insatisfação aos colaboradores é a liderança fraca, aquela que acaba por promover a falta de confiança e a pressão descabida (quando os planos não são bem definidos) aos seus colaboradores. Como já citei em um post anterior, todos devem evitar o ambiente de trabalho tóxico que, na maioria das vezes, é alimentado pela liderança que “se esquece” que o resultado da companhia depende da soma do resultado das equipes multidisciplinares.
Por isso tudo, vale a reflexão sobre como a sua empresa se preocupa e desenvolve ações e práticas que estimulem a valorização dos profissionais. É preciso que os líderes estejam em sintonia com a prática de valores da empresa e que, a partir deles, o aspecto de confiança e propósito da companhia se propague em todos os níveis organizacionais pela AÇÃO, pela PRÁTICA!
Assim como é importante refletir sobre os pontos que citei acima, talvez também seja interessante realizar uma pesquisa de clima organizacional. Mas, é óbvio, mantendo o anonimato dos dados fornecidos pelos colaboradores, para que eles tenham tranquilidade e confiança em responder à pesquisa com total sinceridade. A melhor maneira para se manter o sigilo e a segurança das informações dos colaboradores na pesquisa, é contratando um fornecedor externo, isento, para desenvolver, aplicar a pesquisa e coletar e unificar os dados; entregando apenas as estatísticas finais.
Portanto, vale a seguinte reflexão e esta vai para os controladores da companhia: seus colaboradores confiam em você? Confiam nos seus líderes, nos seus executivos e gestores?
Talvez você descubra que o seu discurso de valorização de funcionários não esteja sendo compatível com a realidade. Caso a respostas para as perguntas acima sejam um sonoro, e que deve ser ouvido, “NÃO”. Não confiam!
Deixe sua opinião no espaço de comentários abaixo e aguardo sua visita nos outros posts sobre este assunto. Até breve!